Futebol no TikTok: os jogadores, trends e coreografias que viralizaram nos gramados

Ilustração digital de jogador de futebol gravando TikTok com uniforme estilizado e detalhes em arco-íris, cercado por emojis e torcida colorida em um estádio moderno.

O futebol em 15 segundos (e milhões de views)

Não tem VAR que segure: o futebol entrou de vez na era dos vídeos curtos, dos filtros e das coreografias sincronizadas. E se tem um lugar onde o jogo é disputado com dança, carisma e algoritmo, esse lugar é o TikTok.

A plataforma chinesa, que já ultrapassou 1 bilhão de usuários ativos mensais no mundo (Statista, 2024), virou uma verdadeira vitrine global para o futebol — mas não aquela visão engessada que só foca em tática ou resultado. Aqui, o que brilha é o drible com estilo, o golaço com dancinha, o pré-jogo com look pensado e o carão no vestiário. É o futebol como performance, cultura pop e expressão individual.

E o que isso tem a ver com o PopGol? Tudo. Porque no universo onde o esporte mais popular do planeta se mistura com música, moda e memes, a comunidade LGBTQIA+ encontra espaço para consumir, criar e ressignificar esse espetáculo de forma autêntica. Seja nos vídeos de criadores queer comentando os lances mais icônicos, seja nas trends que misturam Paquita com Premier League, o TikTok abriu as portas de uma arquibancada onde diversidade e irreverência são titulares.

Neste artigo, vamos mostrar como o aplicativo está mudando a cara do futebol: dos jogadores que viralizam com passinhos e desafios musicais, aos clubes que investem em conteúdo pensado para o feed, passando pelas torcidas digitais e criadores que transformam o amor pelo esporte em conteúdo pop com propósito.

Porque no futebol versão TikTok, os 90 minutos continuam valendo — mas é nos 15 segundos certos que o jogo vira trend. ⚽📲🌈

De dribles a dancinhas: os jogadores que viraram virais

Se antes a consagração de um jogador vinha com gols, títulos e capas de jornal, hoje ela também passa por um bom engajamento no TikTok. Comemorou com uma coreografia? Viralizou. Entrou com um look diferentão no estádio? Cortou direto pra trend. A nova geração de atletas entende que o espetáculo começa muito antes do apito inicial – e muitas vezes, continua bem depois, no “For You” de milhões de usuários.

Um dos nomes que mais dominam essa dinâmica é Antony, atacante da seleção brasileira e do Manchester United. Seus passinhos performáticos após os gols já viraram marca registrada e geram debates acalorados entre quem ama o carisma e quem acha “desrespeitoso” — como se expressar alegria fosse ofensa. Em 2022, a comemoração dançando no estilo “moonwalk” gerou mais de 3,5 milhões de visualizações apenas na conta oficial da Premier League no TikTok. E claro, foi parar em centenas de reações e duetos.

Outro caso emblemático é o do atacante Khvicha Kvaratskhelia, do Napoli, que teve seu nome e lances transformados em montagens criativas com trilhas de música pop e efeitos visuais. Enquanto ele deixava zagueiros no chão na Série A italiana, os fãs faziam o mesmo no TikTok — com slow motion, zoom dramático e trilha sonora de diva pop. Futebol e fan edit? Check.

E não dá pra falar de viralização sem citar Cristiano Ronaldo. O “Siiiuuu”, sua tradicional comemoração de gol, virou trend global e foi reproduzido por milhões de usuários na plataforma, inclusive por crianças, influencers de lifestyle e até criadores LGBTQIA+ fazendo versões debochadas, fashionistas ou paródias criativas da pose e do grito. Um gesto virou linguagem universal – e meme.

No futebol feminino, o protagonismo também é digital. Trinity Rodman, atacante do Washington Spirit e filha da lenda da NBA Dennis Rodman, é uma das atletas mais ativas no TikTok, misturando jogadas com moda, humor e bastidores da rotina esportiva. Suas postagens dialogam diretamente com uma geração que vê o futebol como parte da cultura — e não só como competição.

Esses jogadores (e jogadoras!) entendem que estar presente nas redes sociais não é só sobre autopromoção — é sobre se conectar. Eles performam não apenas para o técnico, mas para uma torcida global, diversa, criativa e que quer ver o futebol além do placar.

E se a gente pode aprender algo com eles, é que um passinho bem dado pode ter tanto impacto quanto um golaço. Principalmente quando é feito com autenticidade, estilo e aquele toque de diva que a gente tanto valoriza aqui no PopGol.

A cultura pop entra em campo (literalmente)

Se o TikTok é o novo Maracanã da internet, o futebol virou headliner no line-up da cultura pop. A trilha sonora dos gramados já não vem apenas das arquibancadas: vem das playlists virais, dos edits cheios de transições e dos trends embalados por músicas que bombam nas pistas e nas redes. Jogadores, clubes e torcedores se tornaram parte ativa dessa simbiose criativa — e a cultura pop passou a bater escanteio, dar assistência e até marcar golaço.

Quer um exemplo icônico? A trend de coreografias com músicas de Anitta tomou conta das redes em 2022, e não demorou para que passinhos inspirados em “Envolver” começassem a aparecer em comemorações dentro e fora dos campos. O desafio da coreografia viralizou tanto que chegou a influenciar vídeos com atletas profissionais em treinos descontraídos, inclusive na base de clubes brasileiros como Santos e Flamengo.

Outro caso emblemático foi a conexão entre o Barcelona e Rosalía. Em 2023, o clube catalão lançou um uniforme especial com o logotipo do álbum Motomami, da cantora espanhola — parte da parceria do clube com a plataforma Spotify®, patrocinadora máster da equipe. A ação teve ampla repercussão global e, claro, ganhou versões remixadas e estilizadas no TikTok, com fãs recriando o visual e torcedores comentando a fusão de futebol com música pop contemporânea.

No Brasil, o impacto também é visível. A música “Tá Ok”, de Dennis DJ e Kevin O Chris, por exemplo, virou trilha de inúmeras celebrações em campo. O próprio perfil da CBF no TikTok passou a usar essas músicas em vídeos de bastidores e desafios com os jogadores da seleção masculina e feminina, criando um conteúdo que aproxima os atletas do público jovem e engajado nas redes.

E não é só a trilha que muda — o comportamento também. Clubes como o Corinthians, Atlético-MG e Fortaleza investem em conteúdo voltado para o TikTok, com edições ágeis, músicas pop e até participações em trends virais. A estética do pop digital está, literalmente, na narrativa audiovisual do futebol atual.

Esse crossover entre cultura pop e futebol nas redes tem um efeito importante: ele quebra a sisudez histórica do esporte, aproxima o público LGBTQIA+ e dá espaço para uma linguagem mais criativa, fluida e conectada com os tempos. No TikTok, o futebol pode ser glamouroso, debochado, emocional, político — e, às vezes, tudo isso ao mesmo tempo.

Em vez de apenas torcer, agora dá pra editar, remixar, reagir, coreografar. A cultura pop entrou em campo, e ninguém quer que ela volte pro banco de reservas.

O futebol fashion nas redes: estilo em 9:16

Se o futebol é o jogo bonito, o TikTok é o espelho onde ele se olha e dá aquela ajeitada no cabelo antes de entrar em campo. A plataforma virou a nova vitrine do estilo esportivo: chuteiras personalizadas, camisas estilosas, cortes de cabelo ousados e aquele combo camiseta oversized + corrente que faria qualquer stylist de divas pop aplaudir de pé. O futebol virou fashion film — e tudo em vertical.

É só rolar o feed para ver: jogadores e jogadoras estão transformando o túnel do vestiário em passarela, o pré-jogo em ensaio fotográfico e o aquecimento em editorial de moda. E não estamos falando só dos grandes nomes globais. Atletas da base, influenciadores e criadores LGBTQIA+ também ocupam esse espaço, mostrando que o estilo no esporte não tem mais uma cartilha única — e ainda bem.

Um exemplo constante é Kylian Mbappé, atacante do Paris Saint-Germain. Parceiro da Dior® e rosto frequente de campanhas de moda, ele já apareceu em cliques usando alfaiataria moderna, sneakers exclusivos e cortes minimalistas que misturam elegância e frescor urbano. Em 2023, ele estampou capas de revistas como GQ e Esquire com looks que transitavam entre o esportivo e o editorial — e esses visuais, claro, viralizaram no TikTok em forma de fan edits e trends de “get the look”.

Outro nome que mistura futebol e moda com autenticidade é Megan Rapinoe. A campeã mundial com os Estados Unidos já foi destaque em campanhas da Nike®, em desfiles de moda andrógina e no coletivo VS Collective da Victoria’s Secret®. Seus vídeos no TikTok (diretos ou feitos por fãs) frequentemente exaltam seu visual platinado, ternos oversized e looks com pegada genderless — uma referência clara para torcedores LGBTQIA+ que veem na moda esportiva um território de expressão.

No Brasil, o movimento também cresce. Richarlison, conhecido tanto pelo faro de gol quanto pela autenticidade, já apareceu em vídeos com cortes de cabelo excêntricos, brincos coloridos e roupas que brincam com o limite entre o esportivo e o streetwear. Ele se conecta com um público jovem, diverso e que busca atletas que não tenham medo de ousar — inclusive visualmente.

Nas redes dos clubes, esse universo fashion também ganha espaço. O Corinthians, por exemplo, lançou conteúdos com jogadores mostrando o “look do dia” antes de clássicos, enquanto o São Paulo FC já apostou em ensaios com camisas estilizadas em parcerias com marcas de moda urbana. Tudo com foco em engajamento digital, claro — e pensando no TikTok como canal principal.

Mais do que vaidade ou estética, essa estética futebolística-pop nas redes representa uma ruptura com padrões tradicionais. Estilo agora é ferramenta de autoexpressão, de afirmação de identidade e de conexão com torcedores que querem ver no futebol um espaço onde cabe mais do que chuteira e meião. Cabe salto, cropped, maquiagem, piercing, e, se for o caso, uma lente colorida pra dar close depois do gol.

A era do futebol fashion chegou, e ela está editada em 9:16, com legenda neon e trilha sonora de diva.

Torcida LGBTQIA+ e criadores de conteúdo: a nova arquibancada é digital

Se nos estádios ainda faltam espaços verdadeiramente seguros para torcedores LGBTQIA+, nas redes sociais — especialmente no TikTok — essa torcida já conquistou seu próprio camarote: barulhento, criativo, engajado e cheio de glitter. É ali que a comunidade se expressa livremente, comenta jogos com deboche afiado, performa lances como se estivesse em reality show e transforma cada partida em espetáculo coletivo.

O TikTok deu voz e visibilidade para uma geração de criadores de conteúdo queer que respiram futebol, mas com uma lente única — seja pela análise tática com referência a diva pop, seja pelos reacts cheios de carão ou pelas trends com camisas de time e salto plataforma. E isso importa. Porque enquanto nas arquibancadas físicas ainda se ouvem cânticos LGBTfóbicos, nas digitais ecoa outra música: a da diversidade que chegou pra ficar.

E não é só sobre visibilidade individual — é também sobre comunidade. Trends como o #Gaytorcedor e o uso massivo de hashtags como #FutebolÉParaTodos e #TorcidaLGBT mostram que existe uma rede que se forma, se reconhece e se apoia. De acordo com levantamento da consultoria Decode (2023), vídeos com conteúdo de diversidade no futebol tiveram um aumento de 110% em engajamento no TikTok em relação ao ano anterior — o que mostra que o interesse e a interação estão crescendo.

Alguns clubes já começaram a perceber essa movimentação e interagem com esse público de forma pontual, mas ainda tímida. Times como o Bahia, o Corinthians e o Vasco da Gama têm histórico de campanhas institucionais de apoio à diversidade, mas o engajamento direto com criadores LGBTQIA+ ainda é uma avenida aberta — e promissora. Afinal, quando a torcida está ditando tendências no TikTok, é sinal de que ela já entendeu o jogo há muito tempo.

Essa “nova arquibancada digital” não substitui o estádio, mas expande o que significa torcer. Permite que pessoas LGBTQIA+ se reconheçam como parte da cultura do futebol, mesmo que nunca tenham se sentido à vontade para gritar um gol no meio da galera. No TikTok, torcer é também editar, dublar, comentar, reagir e compartilhar — tudo com filtro, legenda engraçada e, se der tempo, uma coreografia.

É a paixão de sempre, mas com identidade, cor e orgulho. E aqui no PopGol, a gente canta junto: vai ter torcida LGBTQIA+ fazendo trend, sim. E vai ser linda.

Memes, trends e viralizações que mudaram a cultura do futebol

Quem disse que um jogo de futebol termina no apito final claramente nunca viu o replay no TikTok. Lá, cada lance vira matéria-prima para algo maior: meme, trend, remix, cosplay, react. A cultura digital transformou a maneira como o futebol é consumido — e mais do que isso, como ele se reinventa. De zagueiro tropeçando em slow motion a gol editado com trilha de diva pop, tudo é potencial de viral.

Em 2022, por exemplo, a comemoração do gol do Gabigol, então no Flamengo, com a música “Traje do Flamengo” — lançada por ele em parceria com o rapper Borges — virou trend instantânea no TikTok. Mesmo com a letra sendo mais meme do que hit (“Ela me deu beijo, mas não foi na boca / o beijo que ela deu foi no meu pescoço…”), o vídeo acumulou milhares de reproduções, duetos e paródias. Resultado? O jogador passou a ser mais falado pelo “funk do pescoço” do que pelo gol — e tudo bem, faz parte do novo jogo.

Outro caso emblemático foi o da Copa do Mundo de 2022, onde o gesto de Richarlison imitando o passinho da “Dança do Pombo” (ao som de “Baile de Favela”, remixado com trilhas do TikTok) explodiu em visualizações. Em poucos dias, a trend viralizou globalmente, com fãs em todos os continentes tentando replicar a dancinha do brasileiro. O gol virou meme, o meme virou trend, a trend virou símbolo da campanha da Seleção — e rendeu até versão em emoji no Twitter/X.

Essas viralizações têm impacto real: moldam a imagem pública dos jogadores, geram engajamento para os clubes, criam oportunidades comerciais e definem o tom das conversas sobre futebol nas redes. Um bom exemplo recente foi o uso do som “Set Fire to the Rain”, da Adele, editado com lances dramáticos de derrotas históricas — um clássico do “TikTok Futebolaço”. Humor, emoção e timing pop: o combo perfeito para capturar uma geração que quer sentir e rir, tudo ao mesmo tempo.

Até as falhas viraram entretenimento de qualidade. Goleiros soltando bola, técnicos tropeçando, narrações emocionadas demais… nada escapa. Mas, diferente da zoeira tóxica de outras plataformas, no TikTok esses conteúdos muitas vezes ganham um tom mais leve, remixado, com estética de videoclipe e trilha sonora de diva — o que ressignifica a experiência. A ironia se torna criativa, e não cruel.

O que era apenas um replay no Globo Esporte virou um universo audiovisual moldado por fãs, criadores, jogadores e marcas. E esse ecossistema pop-futebolístico não só diverte — ele redefine o comportamento da torcida, altera o discurso midiático e transforma até o marketing esportivo.

No fim, o meme é só o começo. A viralização é a nova convocação. E a trend… bem, essa é a nova tabela entre jogador e torcida.

O futebol nunca mais será só 90 minutos

Pode chamar de revolução, remix ou apenas evolução natural: o fato é que o futebol se desdobrou em muito mais do que o tempo regulamentar. Na era do TikTok, cada drible pode virar trilha sonora, cada camisa pode ser figurino e cada torcedor pode ser também diretor, editor e protagonista da sua própria narrativa esportiva.

E isso é lindo.

A cultura digital, com seu ritmo acelerado, trouxe uma nova forma de torcer, celebrar e se identificar com o esporte. Mais colorida, mais criativa, mais conectada. E, acima de tudo, mais diversa. Para quem é LGBTQIA+ e cresceu ouvindo que futebol “não era lugar pra você”, ver a arquibancada digital florescer em arco-íris, memes e coreografias é mais que entretenimento — é pertencimento.

Não é que o futebol tenha virado TikTok. É que o TikTok revelou tudo que o futebol sempre teve de melhor: emoção, espetáculo, identidade. Só que agora, com filtro glow, trilha de diva e milhões de views.

Se o futebol sempre foi paixão, agora ele também é performance. E a gente ama.

Que venha a próxima trend. Porque aqui no PopGol, a gente joga bonito — e sempre com representatividade no topo do ranking. ⚽🌈📲

Felipe

Eu sou o Felipe, palmeirense, apaixonado por futebol e criador do PopGol. Através deste blog, quero mostrar que o futebol é para todos, independentemente de orientação sexual ou identidade de gênero. No PopGol, compartilho minha paixão pelo esporte de uma forma que celebra a diversidade e promove o respeito à comunidade LGBTQIA+. Aqui, o jogo é mais que uma partida: é um espaço de inclusão, liberdade e muita diversão, onde cada gol é uma vitória do respeito.

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