10 vezes em que divas pop foram estrelas nos gramados de futebol
Introdução
Assim como nos grandes eventos da música pop — como o Grammy e o MTV Video Music Awards — as divas pop brilham e atraem multidões com suas performances impressionantes e figurinos icônicos. Cada aparição dessas artistas é pensada para ser memorável, marcando não apenas suas carreiras, mas também gerando repercussão em toda a indústria do entretenimento. Quando elas saem do palco e entram nos gramados de futebol, entretanto, o impacto se torna ainda maior: arte e esporte se encontram para criar momentos que unem torcedores, fãs de música e curiosos em um mesmo espetáculo.
O futebol, por si só, já mobiliza paixões em diferentes partes do mundo. Ao receber divas pop em cerimônias de abertura, intervalos e finais de campeonatos, o esporte expande suas fronteiras e acolhe uma nova forma de se comunicar com o público. Nessas ocasiões, não são apenas os gols e dribles que chamam atenção, mas também a presença marcante de artistas cuja influência cultural atravessa gerações. Nos próximos tópicos, vamos revisitar 10 momentos em que essas divas brilharam intensamente nos gramados, transformando o clima das competições e comprovando, mais uma vez, a força dessa fusão entre música e futebol.
1. Shakira na Copa do Mundo (2010 e 2014)
Shakira imprimiu sua marca em duas edições da Copa do Mundo. Em 2010, na África do Sul, sua apresentação de encerramento contagiou torcedores e espectadores ao redor do planeta, unindo ritmos africanos com o pop latino que a consagrou. A performance refletiu a proposta de celebração multicultural do evento, com figurinos coloridos e coreografias vibrantes. Já em 2014, no Brasil, a colombiana voltou a encantar o público, reforçando sua capacidade de criar uma atmosfera de festa e sinergia ao redor do futebol.
“Waka Waka (This Time for Africa)”, música oficial da Copa de 2010, transcendeu o torneio e virou um verdadeiro hino. O refrão fácil, a dança cativante e o clipe repleto de jogadores e cenas icônicas fizeram da faixa um marco cultural, lembrado até hoje nas comemorações esportivas. Além de ter alcançado o topo das paradas em diversos países, “Waka Waka” simbolizou a união de diferentes povos em uma só voz, reforçando a mensagem de que a Copa do Mundo vai além do campo e se torna um evento global de celebração.
2. Beyoncé no Super Bowl (2013 e 2016)
Se há uma artista capaz de se apropriar de um grande palco esportivo e transformá-lo em um verdadeiro espetáculo pop, essa artista é Beyoncé. Em 2013, sua presença magnética no show de intervalo do Super Bowl impressionou o mundo, com coreografias elaboradas e uma produção visual de tirar o fôlego, relembrando momentos icônicos de sua carreira e consolidando ainda mais seu reinado no cenário musical. Além disso, a energia e o carisma de Beyoncé cativaram tanto os fãs de música quanto os amantes do futebol americano, unindo duas paixões em uma apresentação memorável.
A relação da cantora com o universo dos eventos esportivos não parou por aí. Em 2016, Beyoncé retornou ao mesmo palco, desta vez ao lado de artistas como Coldplay e Bruno Mars. Mesmo assim, foi impossível ignorar a força de sua presença, que trouxe referências à luta por igualdade racial e ao empoderamento feminino, transformando o estádio em uma plataforma para discussões relevantes e para uma performance arrebatadora.
A repercussão das apresentações de Beyoncé em 2013 e 2016 foi mundial, rendendo elogios da crítica e do público, além de ampla cobertura na imprensa internacional. Milhões de pessoas compartilharam vídeos e comentários em redes sociais, exaltando a cantora por sua performance impecável e pelo posicionamento social inserido em suas apresentações. Dessa forma, Beyoncé não só entreteve, mas também projetou discussões importantes para um público diverso, reforçando a ideia de que música, esporte e engajamento podem coexistir em grande estilo.
3. Jennifer Lopez e Claudia Leitte na Copa do Mundo de 2014
Na Copa do Mundo de 2014, realizada no Brasil, a cerimônia de abertura trouxe o encontro entre Jennifer Lopez e Claudia Leitte, duas cantoras cuja proposta musical reúne pop internacional e ritmos latinos. Elas subiram ao palco para apresentar “We Are One (Ole Ola)” ao lado de Pitbull, música-tema oficial do torneio, envolvendo o público em uma atmosfera de celebração. A união das vozes potentes de J.Lo e Claudia Leitte, aliada a um cenário repleto de cores e elementos que representavam a cultura brasileira, gerou grande expectativa nos torcedores, ávidos para ver como o evento daria o pontapé inicial.
Embora o show tenha sido marcado pela vibração e pela alegria, houve quem criticasse problemas técnicos e o curto tempo de apresentação. Alguns questionaram a ausência de sons mais característicos do Brasil, enquanto outros elogiaram a presença de Claudia Leitte, que levou um pouco de sua influência baiana para o mundo. No fim das contas, a mistura de idiomas, estilos e propostas artísticas consolidou a imagem de uma Copa multicultural, em que o gramado se tornou espaço para o diálogo entre diferentes visões de mundo e o pop ganhou destaque em um cenário predominantemente esportivo.
4. Dua Lipa na Final da Liga dos Campeões (2018)
Em 2018, a Liga dos Campeões — uma das competições de futebol mais prestigiadas do mundo — abriu espaço para a estrela ascendente Dua Lipa. A cantora britânica apresentou sucessos como “New Rules” e “IDGAF”, contagiando a plateia e trazendo uma atmosfera de festival para o estádio. Sua performance, que mesclou coreografias dinâmicas e vocais precisos, surpreendeu muitos fãs de futebol que não conheciam seu trabalho. Ao final, a combinação de ritmo e modernidade foi aprovada pelos torcedores, que se viram envolvidos por um show cheio de energia e juventude. A apresentação reforçou a tendência de unir música pop e grandes competições esportivas, evidenciando o potencial de alcance que esse tipo de parceria proporciona.
Para além do jogo, a escolha de Dua Lipa também simbolizou a aproximação entre o universo pop e o esporte europeu, mostrando que artistas contemporâneos podem usar grandes finais como plataforma para apresentar sua arte a novos públicos. O resultado foi uma celebração que ficou marcada não só pelo futebol de alto nível, mas também pela alegria que tomou conta das arquibancadas antes mesmo do apito inicial.
5. Madonna no Super Bowl (2012)
Quando foi anunciado que Madonna seria a atração do show de intervalo do Super Bowl em 2012, a expectativa não poderia ser maior. Conhecida por revolucionar a música pop e impor tendências ao longo de décadas, a cantora tinha diante de si o desafio de conquistar um público massivo e diverso, que incluía desde fãs ávidos de futebol americano até espectadores eventuais. A rainha do pop abraçou o desafio com estilo, trazendo ao palco referências à Roma Antiga e apresentando um espetáculo que combinou teatralidade, dança e tecnologia.
A performance iniciou com Madonna sendo carregada em uma espécie de trono dourado, cercada por soldados e dançarinos em trajes inspirados em gladiadores, já indicando o caráter grandioso que viria a seguir. O medley contou com clássicos como “Vogue” — executado em uma coreografia sincronizada que remetia à icônica estética do videoclipe — e canções mais recentes como “Music” e “Give Me All Your Luvin’”. Para tornar tudo ainda mais marcante, ela convidou artistas como Nicki Minaj, M.I.A. e LMFAO, inserindo uma dinâmica contemporânea ao show e fazendo uma ponte entre diferentes gerações do pop.
O ápice de emoção veio com “Like a Prayer”, em parceria com CeeLo Green. Com um coral ao fundo e projeções visuais de impacto, Madonna conseguiu transformar o estádio em algo próximo de um templo musical, misturando misticismo, espiritualidade e a energia coletiva do esporte. A junção de figurinos, iluminação e vozes produziu um clima solene, mas ainda cheio de vigor, encerrando a performance de forma épica.
A recepção do público e da crítica foi predominantemente positiva, ressaltando a habilidade de Madonna em se reinventar e continuar relevante em um dos maiores palcos do planeta. No entanto, nem tudo passou sem controvérsias: o gesto obsceno de M.I.A. em rede nacional causou polêmica e debates sobre limites da liberdade artística em eventos dessa magnitude. Ainda assim, o saldo foi extremamente favorável, consolidando a apresentação de Madonna como um dos momentos mais impressionantes da história do Super Bowl.
Além de entreter milhões de espectadores, a cantora reafirmou seu título de rainha do pop ao mesclar criatividade, referências culturais e a grandiosidade do futebol americano em um único espetáculo. Dessa forma, Madonna provou que, mesmo após décadas de carreira, ela continuava capaz de estabelecer tendências e protagonizar momentos culturais inesquecíveis em um ambiente dominado pela competitividade esportiva.
6. Anitta na final da Copa Libertadores (2021)
No momento em que Anitta foi anunciada para animar a final da Copa Libertadores de 2021, sua carreira estava em franca ascensão internacional. A cantora, que começou a despontar no cenário brasileiro com o hit “Show das Poderosas” e seguiu emplacando faixas populares como “Bang” e “Vai Malandra”, já havia conquistado parcerias com artistas globais, ampliando sua projeção fora do Brasil. Reconhecida por trazer referências do funk carioca, do pop e até mesmo da música eletrônica em seu repertório, Anitta se apresentava, naquele momento, como um dos principais nomes da música pop brasileira com visibilidade mundial.
Quando subiu ao gramado, a artista uniu figurinos arrojados e coreografias empolgantes, mostrando uma estética que mesclava a cultura urbana do Rio de Janeiro com toques internacionais. Seu repertório incluiu alguns de seus maiores sucessos e reforçou a proposta de aquecer o público antes da partida decisiva. A recepção dos torcedores foi calorosa, com muitos celebrando a oportunidade de ver um ícone do pop brasileiro em um palco historicamente dominado pelo futebol masculino.
Para além do espetáculo musical, Anitta aproveitou para reafirmar sua posição como apoiadora de causas LGBTQIA+ e de pautas feministas, mesmo em um ambiente tradicionalmente pouco aberto a discussões sociais. Nas redes sociais, a performance repercutiu positivamente, gerando debates sobre como o esporte pode abraçar maior diversidade e inclusão. Com sua presença marcante e discurso irreverente, a cantora provou que o futebol pode ser palco para artistas de diferentes estilos e vozes, abrindo caminho para futuras colaborações entre a música pop e os grandes eventos esportivos latino-americanos.
7. Lady Gaga no Super Bowl (2017)
Em 2017, Lady Gaga fez do Super Bowl seu palco de ousadia. A apresentação começou no topo do estádio, com a artista cantando trechos de “God Bless America” e “This Land Is Your Land”, sinalizando o tom patriótico e inclusivo que viria a seguir. Na sequência, hits como “Poker Face”, “Born This Way” e “Bad Romance” incendiaram o público, enquanto Gaga se lançava em acrobacias aéreas, acompanhada de um corpo de dançarinos sincronizados.
A recepção foi explosiva: fãs de música e de futebol ficaram impressionados com o nível de produção e com a mensagem de inclusão presente em canções como “Born This Way”. A crítica elogiou a capacidade de Lady Gaga de unir espetáculo, técnica vocal e manifesto cultural, comprovando que uma performance pode entreter ao mesmo tempo em que defende valores de aceitação e amor-próprio.
8. Rihanna no Super Bowl (2023)
Depois de um hiato considerável, Rihanna voltou aos palcos no intervalo do Super Bowl de 2023, gerando uma expectativa gigantesca em torno de sua apresentação. Com um repertório que incluiu hits como “We Found Love”, “Only Girl (In the World)” e “Diamonds”, a artista barbadense levou o público a um passeio pela sua discografia de sucesso. Entre cenários minimalistas e plataformas elevadas, Rihanna manteve o foco na música e em sua própria presença marcante, surpreendendo o público ao revelar sua gravidez durante o show.
A reação global foi imediata. Milhões de espectadores celebraram o retorno de Rihanna, elogiando sua segurança e controle artístico. Além disso, a performance suscitou discussões sobre maternidade, carreira e representatividade feminina em eventos esportivos. O fato de Rihanna ter escolhido o Super Bowl para esse comeback reforçou a relevância que as grandes competições possuem como vitrine de alcance internacional.
9. Katy Perry no Super Bowl (2015)
Em 2015, Katy Perry protagonizou um dos intervalos mais icônicos e divertidos da história do Super Bowl. Ela chegou ao palco montada em um gigantesco leão mecânico ao som de “Roar” e, em seguida, emendou sucessos como “Teenage Dream” e “California Gurls”. O ponto alto foi a aparição de Missy Elliott como convidada surpresa e, é claro, o lendário Left Shark, o dançarino vestido de tubarão que viralizou por seus passos descoordenados.
A internet foi à loucura, transformando trechos do show em memes e impulsionando a hashtag #LeftShark ao trending topic mundial. O colorido característico de Katy Perry, aliado à espontaneidade e à energia contagiante, conquistou todo tipo de público: desde crianças até adultos que se divertiram com a proposta irreverente. A artista encerrou o espetáculo em grande estilo, cantando “Firework” enquanto era erguida sobre o estádio, em meio a fogos de artifício.
10. Camila Cabello na Final da Liga dos Campeões (2022)
Em meio às altas expectativas que cercam a Final da Liga dos Campeões, Camila Cabello aceitou o desafio de abrir o duelo de 2022. A cantora, cujas raízes cubanas e mexicanas influenciam seu estilo pop tropical, apresentou faixas como “Havana” e “Señorita” em uma performance repleta de bailarinos, percussões animadas e figurinos vibrantes. A ideia era transportar os torcedores para uma festa global, ainda que o foco do evento fosse a partida de altíssimo nível.
Embora parte do público tenha ficado ansiosa pelo apito inicial, muitos espectadores elogiaram a artista por trazer alegria, diversidade e um toque latino ao espetáculo. Nas redes sociais, torcedores comentaram que a apresentação havia “esquentado” o clima antes do jogo decisivo, evidenciando que a música pop, mesmo em estádios europeus repletos de fanáticos por futebol, pode gerar conexões emocionais e culturais profundas.
Esses dez momentos exemplificam a capacidade das divas pop de iluminar grandes eventos esportivos, transformando partidas e finais em celebrações ainda mais grandiosas. Quando música e futebol se unem, o resultado transcende o simples ato de competir ou se apresentar: cria-se uma atmosfera cultural única, na qual fãs de diferentes países, crenças e estilos podem se reconhecer.
Por aqui, eu sempre observo como a música pop pode ultrapassar fronteiras e se fundir com outras expressões, e essas aparições são a prova viva de que o esporte pode ser um palco tão imponente quanto qualquer arena musical. Em cada uma dessas performances, há um lembrete de que o espetáculo não se limita ao gramado ou ao placar, mas também emerge na forma de arte, criatividade e, sobretudo, emoção compartilhada.
Às vezes, um golaço é tão empolgante quanto um refrão marcante. E quando ambos dividem o mesmo espaço, somos todos convidados a viver experiências ainda mais intensas, celebrando a diversidade que o futebol pode abraçar e que as divas pop sabem tão bem representar. O balanço final é claro: a união entre futebol e música amplia horizontes, ressalta a força da cultura pop e reforça a ideia de que diversão e representatividade podem — e devem — andar lado a lado.
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